Meu Deus, a quanto tempo não venho aqui!
Infelizmente o futebol tem caminhado por estradas bem tortuosas, feias mesmo, tirando o incentivo e aplacando a paixão do torcedor.
Justamente quando o nosso "velho e bom maraca" completa 70 anos de sua fundação ele se encontra vazio e frio, em nada lembrando "o templo do futebol" de outrora. E não é só por causa da pandemia, ou melhor, é sim, mas não pelo novo corona vírus, e sim pelo "velho corrupto vírus" que contagiou de forma fatal o nosso futebol.
Agora vivemos mais as disputas extra campo do que as nas "quatro linhas". Vejamos: Flamengo e Fluminense "administram" o Maracanã e o Botafogo o Engenhão. Um absurdo! Ambos são patrimônio do povo, e como tal deve ser gerido e administrado pelos órgãos públicos competentes(?).
Aí vem a historinha que o Estado estava tendo prejuízo com os estádios; ora, se um estádio que tem a energia solar, que conta com mais de 80mil lugares (falando do maraca), com infra estrutura comercial em seu interior, não consegue ser auto suficiente, pelo amor de Deus, passa a régua, transforma em templo da fé que o Edir Macedo vai faturar horrores.
Se não houvesse a ganância e a elitização do futebol (além, claro, da corrupção), imaginem o ingresso no valor de R$30,00. O que seria bem plausível para o torcedor que gosta de ir e de levar a família. 80.000x30,00 = 2.400,000 (dois milhões e quatrocentos mil reais).
Aí diriam: Ah, mas o povo vai assistir na TV e não vai no estádio. Vai sim! Torcedor que gosta do futebol de verdade quer ir ver de perto. e hoje ele não vai, e porque a máfia das federações venderam nosso futebol se sujeitando à horários absurdos e preços astronômicos.
E vos digo mais, não acho que os Estaduais deveriam acabar. Não sei sobre os demais Estados, mas o do Rio foi o propulsor da rivalidade saudável entre as torcidas. O que seria do Fluminense se não houvesse o trio Botafogo, Flamengo e Vasco (e vice-versa)?
Ele, o campeonato Carioca, foi completamente devastado pela má administração da Federação Carioca, que do Caixa D'Água pra cá só fez "minar" os recursos tanto do Maraca como dos clubes.
Agora, uma outra disputa fora das quatro linhas:
Recomeçar ou não o futebol em plena pandemia? Gente, prestem atenção aos fatos. Me digam um só clube europeu que tenha voltado aos treinos enquanto a taxa de mortalidade no país em questão estava na faixa de mil pessoas por dia?
Isso é de uma imbecilidade sem limites. Não vou me aprofundar no assunto por não ser especialista (embora seja da área de saúde), mas dinheiro nenhum no mundo pode valer o preço de uma vida humana. Enquanto nossos valores estiverem distorcidos assim, a pandemia não vai chegar ao fim.
Eu queria muito falar do futebol que aprendi a gostar. Do futebol que me fez carregar quatro, cinco, seis criança para o Maraca só pelo prazer de ver o meu Flu jogar. Do futebol que encantou Nelson Rodrigues e Mário Filho. Mas...hoje falar de futebol é falar de política, de empresários (que desde a famigerada Lei Pelé, arrasaram com o poder aquisitivo dos clubes), de corrupção, de brigas extra campo, enfim, falar de futebol hoje em dia não me dá mais o menor prazer.
Nane, 16/03/2020
terça-feira, 16 de junho de 2020
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