terça-feira, 10 de novembro de 2020

QUANDO O HOLOFOTE SUPERA O AMOR...

Você muda de casa, muda de roupa, muda de mulher, de marido...enfim, você muda de quase tudo, mas se tem algo o qual você nunca muda é da paixão, do amor que sente por seu time de futebol.

Nada magoa mais o torcedor do que ver seu ídolo sair do seu time para um outro rival qualquer.

Vamos falar de Rogério Ceni:
Tirado da cartola em 2016 pelos dirigentes do São Paulo para ser técnico do time então, por ser ídolo da torcida Tricolor paulista, não correspondeu a expectativa, e passou de ídolo a vilão em menos de oito meses.
Eis que surge o Fortaleza em seu caminho pela primeira vez. Cabisbaixo, Ceni assume o time o nordeste e surpreendentemente, além do vice campeonato no "Cearense", se sagra campeão da série B com duas rodadas de antecedência em 2018, recolocando o Fortaleza na série A em pleno ano o seu centenário.Começava ali a idolatria a torcida do Fortaleza pelo ex goleiro. 

Em 2019 Ceni fatura o "Cearense" e a Copa do Nordeste, três títulos em menos de seis meses no comando da equipe cearense! Ídolo consagrado.

Os olhos dos "poderosos" se arregalaram, e o todo (então) poderoso Cruzeiro foi à Fortaleza e "tomou" o técnico do time, que com a conversa de que seria a chance de sua vida de provar que o São Paulo estava errado ao dispensá-lo, deixou o clube em meados o ano e ainda em começo de contrato (se não me falha a memória, era contratado até o final de2020). 
Não permaneceu em seu novo clube por dois meses. Castigo veio à cavalo. Os "grandalhões" do Cruzeiro não gostaram dos métodos de seu novo treinador, e Rogério Ceni foi sumáriamente dispensado do time mineiro.

             Eis que surge o Fortaleza na vida de Rogério Ceni pela segunda vez...e novamente Ceni corresponde e além de manter o time na primeira divisão, consegue a façanha de classificá-lo para sua primeira competição internacional (Copa Sul Americana)!
O Atlético Paranaense até tentou tirá-lo do Fortaleza, Santos também cresceu o olho, mas dessa vez ele manteve sua palavra e continuou no time que o acolheu em seu piores momentos como técnico de futebol. Renovou seu contrato até fevereiro de 2021 (final da temporada 2020) dizendo que nada o afastaria dos objetivos do Fortaleza e consequentemente, seus.
             Eis que o São Paulo o assedia descaradamente, insatisfeito com o Fernando Diniz, Ceni tremem nas bases, mas não ouvi nada de concreto que abandonaria o Fortaleza novamente. Então o campeão brasileiro atual, depois de perder seu Português para o Benfica, contrata um outro estrangeiro e não consegue repetir sua façanha do ano anterior. Como reza a lenda no Brasil, a culpa é do técnico. o Flamengo dispensa Torrent e dá uma rasteira no São Paulo. Sem entrar em contato com o Fortaleza, seduz o ex goleiro e o tira do nordeste.
                 Nada magoa mais um torcedor do que ver seu ídolo sair do seu time para um outro rival qualquer. E a dor é causada pelo fato do torcedor perceber e entender da forma mais dura que o amor é unilateral. O Ídolo não ama, o ídolo brilha...ou não.


(Nane - 10/11/2020)





 

terça-feira, 16 de junho de 2020

VELHO CORRUPTOS VÍRUS NOS 70 ANOS DO MARACA

     Meu Deus, a quanto tempo não venho aqui!
Infelizmente o futebol tem caminhado por estradas bem tortuosas, feias mesmo, tirando o incentivo e aplacando a paixão do torcedor.
     Justamente quando o nosso "velho e bom maraca" completa 70 anos de sua fundação ele se encontra vazio e frio, em nada lembrando "o templo do futebol" de outrora. E não é só por causa da pandemia, ou melhor, é sim, mas não pelo novo corona vírus, e sim pelo "velho corrupto vírus" que contagiou de forma fatal o nosso futebol.
     Agora vivemos mais as disputas extra campo do que as nas "quatro linhas". Vejamos: Flamengo e Fluminense "administram" o Maracanã e o Botafogo o Engenhão. Um absurdo! Ambos são patrimônio do povo, e como tal deve ser gerido e administrado pelos órgãos públicos competentes(?).
Aí vem a historinha que o Estado estava tendo prejuízo com os estádios; ora, se um estádio que tem a energia solar, que conta com mais de 80mil lugares (falando do maraca), com infra estrutura comercial em seu interior, não consegue ser auto suficiente, pelo amor de Deus, passa a régua, transforma em templo da fé que o Edir Macedo vai faturar horrores. 
      Se não houvesse a ganância e a elitização do futebol (além, claro, da corrupção), imaginem o ingresso no valor de R$30,00. O que seria bem plausível para o torcedor que gosta de ir e de levar a família. 80.000x30,00 = 2.400,000 (dois milhões e quatrocentos mil reais).
Aí diriam: Ah, mas o povo vai assistir na TV e não vai no estádio. Vai sim! Torcedor que gosta do futebol de verdade quer ir ver de perto. e hoje ele não vai, e porque a máfia das federações venderam nosso futebol se sujeitando à horários absurdos e preços astronômicos.
     E vos digo mais, não acho que os Estaduais deveriam acabar. Não sei sobre os demais Estados, mas o do Rio foi o propulsor da rivalidade saudável entre as torcidas. O que seria do Fluminense se não houvesse o trio Botafogo, Flamengo e Vasco (e vice-versa)?
Ele, o campeonato Carioca, foi completamente devastado pela má administração da Federação Carioca, que do Caixa D'Água pra cá só fez "minar" os recursos tanto do Maraca como dos clubes.
     Agora, uma outra disputa fora das quatro linhas:
Recomeçar ou não o futebol em plena pandemia? Gente, prestem atenção aos fatos. Me digam um só clube europeu que tenha voltado aos treinos enquanto a taxa de mortalidade no país em questão estava na faixa de mil pessoas por dia?
Isso é de uma imbecilidade sem limites. Não vou me aprofundar no assunto por não ser especialista (embora seja da área de saúde), mas dinheiro nenhum no mundo pode valer o preço de uma vida humana. Enquanto nossos valores estiverem distorcidos assim, a pandemia não vai chegar ao fim.
     Eu queria muito falar do futebol que aprendi a gostar. Do futebol que me fez carregar quatro, cinco, seis criança para o Maraca só pelo prazer de ver o meu Flu jogar. Do futebol que encantou Nelson Rodrigues e Mário Filho. Mas...hoje falar de futebol é falar de política, de empresários (que desde a famigerada Lei Pelé, arrasaram com o poder aquisitivo dos clubes), de corrupção, de brigas extra campo, enfim, falar de futebol hoje em dia não me dá mais o menor prazer.

Nane, 16/03/2020